segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pavarotti

Última canção.

sábado, 11 de setembro de 2010


Seria muita pretensão e burrice de minha parte dizer que conheço o mundo, porém, após vinte e um anos de existência, fico contente ao afirmar que já me perdi tanto nos becos de Veneza quanto nas avenidas de Nova Iorque, que meus olhos já contemplaram a genialidade exposta nua em telas, que minhas mãos já tocaram tanto os muros ancestrais de minha linhagem, quanto os das gigantescas fortificações de civilizações perdidas, que minhas pernas já escalaram montanhas em cujos cumes se escondem segredos, que minha boca já provou da culinária de hábeis e tão distintas mãos. Vi impérios em seu apogeu, vi impérios decaídos porém ainda orgulhosos, vi impérios de outrora dos quais hoje só restam escombros. Descobri que todos somos tão diferentemente iguais e mais que tudo isso, vi que ainda há muito para ver.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Acordou febril no meio da madrugada, pesadelos, dores no corpo, saudade. Será que ficaria sozinho para sempre? Será que tudo tinha sido um grande erro? Não sabia, na verdade, pouco sabia naquele momento além do óbvio; estava péssimo.
Ansiava pela manhã e pelo sol, nada era pior que aquela espera, o nada, o ócio, o tempo. Isto o fazia pensar e pensar era ruim. O desconforto já era velho conhecido, uma incompletude por completo. Durante o dia, ainda era possível se enganar, concentrando-se em outros devaneios bastante vãos, mas à noite não, esta era implacável e, no escuro do seu quarto, chorava.
Ele aprendera o jogo, podia se levantar, assistir televisão, ler seu livro, jogar computador ou qualquer outro passa-tempo, podia fazê-lo até que seu corpo não aceitasse mais a vigília e, finalmente, caísse de exaustão num sonho vívido e perturbador. A exaustão era sua amiga, ela o libertava do atormento que era pensar nela lúcido.
Ser humano é algo notável, que máquina magnífica tem em nossas cabeças, que obras realiza e que dor nos causa. A saudade é destruidora e absolutamente racional, fruto de nos mesmos, de nossas projeções, idealizações e anseios.
Pouco importa, a aurora já vem e junto dela a redenção. Agora serei de Morfeu, que tomando a forma de quem amo, castiga-me.