Hoje fui à biblioteca da minha casa procurar por um novo livro, buscava algum título ilustre entre os milhares de clássicos dispostos de forma displicente nas prateleiras, por não mais do que um mero acaso, acabei me deparando com Harry Potter e a Pedra Filosofal, primeiro livro da tão famosa série de JK Rowling.
Passara-se 11 anos desde o dia em que o havia ganho, as páginas já amareladas e desgastadas provavam de forma incontestável que ele fora lido, relido e foliado durante incontáveis noites. Levei o exemplar aberto em direção o nariz e o cheirei, tinha cheiro de magia, não aquela descrita pela autora, mas a magia que há 11 anos eu me permitia sonhar. Passei os olhos por alguns parágrafos e me vi no ano 2000, com 11 anos de idade, deitado na cama ao lado do meu antigo abajur em forma de bola de futebol, estava absolutamente extasiado por aquele livro, completamente envolto em um universo de florestas escuras, castelos vivos e feitiços poderosos.
Lembrei-me que ele tinha uma falha de relevo na capa, passei os dedos e percebi que ela continuava ali. Na época, acreditava que aquele relevo saltado no canto direito da capa do livro representava algo, pensava que eu também receberia uma carta para ir à Hogwarts. Cheirei o tomo mais uma vez, passei-o em minha bochecha, hoje barbada, ajeitei-o carinhosamente na prateleira e continuei minha busca.
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