terça-feira, 27 de setembro de 2011

Alto, muito alto e por muitas horas. Eram seis da manhã.

Recordações da noite recém vivida latejam em minha cabeça. Disse isso, disse aquilo, tanto faz. Foco no que importa.
Eram seis da manhã quando decidi olhar para cima. Chovia, um amanhecer chuvoso no início da primavera. O céu azul marinho se assanhava por entre as árvores e os prédios.
A luz do sol nascente lutando por detrás das espessas nuvens carregadas, os pingos caindo no vidro do carro e, depois de muitas horas, finalmente pousei.
Foi um pouso muito tranqüilo, na verdade, foi um pouso muito bonito, daqueles que expressam a tua insignificância no universo, mas não de forma opressora, pelo contrário, de forma admirável.
É o tipo de sentimento que te inflama por um cáustico momento e é extremamente difícil de descrever. A sensação de que indiferente ao que tu fez ou disse nessa noite entorpecida, o dia haveria de nascer igualmente belo e azul escuro nessa manhã chuvosa, nesse início de primavera.

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