quarta-feira, 27 de maio de 2009

A tristeza, até certo ponto, não é só saudável, é essencial.
A verdade é que eu já escrevi muitos textos como esse aqui de baixo, alguns muito mais fortes em relação as minha angústias juvenis, mas sempre acabei por não postar, alias, eu tirei esse blog do meu perfil porque fico com vergonha de tornar tão públicos esses meus ensaios.
O fato é que, curiosamente, esse famigerado depósito on line teve mais acessos ontem que em qualquer outra ocasião, o que fez com que me sentisse como se observado nu, mas não tenho do que reclamar, eu postei.
Acho que uma das coisas mais incríveis do livro Retrato de Dorian Gray é a relação do pintor Basilio com o retrato que ele faz de Dorian. Depois de dias de meticulosa devoção, ele conclui o que julgou ser o melhor trabalho de sua vida e quando questionado a respeito da razão pela qual se recusava a expô-lo, Basilio respondeu “Senti, Dorian, que me havia expressado em demasia, que nele havia postado demasiado de mim mesmo. Foi quando resolvi não permitir jamais que o retrato fosse exposto.” É evidente que esse “expressado em demasia” de Basilio se refere à sua baitolisse e à sua devoção para com Dorian, mas eu também, assim como o pintor e grande parte da população mundial, tenho um pé atrás em expor o que julgo ser demasiado de mim mesmo.
Um adendo a respeito do texto aqui de baixo. Não é que eu esteja frustado com minha falta de banda, eu estava era frustado com a falta de perspectiva, cercado de amigos talentosos que admiro e me vendo ficar pra trás, mas como disse antes, a tristeza, até certo ponto, não é só saudável, é essencial.
Em ode à fascinante versatilidade da mente humana, o próximo texto, se é que vai existir, será alegre, afinal isso aqui não é nada mais nada menos que um depósito, onde entram risos e lágrimas.
PS.: Feliz Aniversário pequena.

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